segunda-feira, 20 de julho de 2009

Aula 08 - 27/04/2009

Nessa aula, os grupos se reuniram para acertarem os detalhes finais do Rap.

Ao retornarem para a sala, passamos para um período de apreciação. Foi executada a música "Tudo Passa", da banda NXZero. Essa música é um Rap feito por uma banda que tem suas raízes na classe média. Marcelo D2 é um Rapper muito criticado por ser de classe mais favorecida e compor Raps. Os moradores das favelas e guetos, onde é produzido a maioria dos Raps, discriminam o Rap produzido fora da favela, pois não têm a função denúncia social e de meio de expressão das camadas menos favorecidas. Mas um ponto interessante de se pensar é que quando essa música extrapola as barreiras da favela, sendo produzida por classes mais favorecidas economicamente, as chances dessa música entrar na mídia e chegar as classes mais altas da sociedade são maiores, popularizando a cultura Hip Hop. É importante ressaltar que o Rap de NXZero não tem linguagem e contexto da favela. Ele passa a mensagem mais genérica, que se encaixa em qualquer realidade social. Marcelo D2 foi bastante criticado por muitas vezes falar de uma vida difícil, sem ter passado por tantas dificuldades na vida. O Rap na favela muitas das vezes é a única maneira que alguém de lá tem para mostrar ao mundo os problemas e as dificuldades que eles enfrentam.


Após a apreciação desse Rap, passamos a assistir algumas faixas de um DVD do grupo Barbatuques. Esse grupo tem como característica a produção musical com sons corporais. A qualidade musical desse grupo é muito alta, mesmo sem utilizarem os instrumentos "tradicionais". Podemos ver que com planejamento é possível levar essa proposta à sala de aula. O trabalho com o corpo, além de estimular a criatividade do aluno, é a única maneira de se produzir música que não tem problemas com materiais, pois não é necessário comprar nada para produzir, e pode ter um resultado muito satisfatório.

Ao final da aula, discutimos sobre o curso com o Professor Robert, ministrado nos dias 13 e 14 de abril. Foi interessante pensar nas maneiras em que se consegue fazer música com pessoas de habilidades tão contrastantes. Nesse curso não se leva em conta a imitação e a reprodução. Tudo é feito pela criação de cada um que resultará em um todo. Sem que ninguém opine, a música flui naturalmente, corrigindo-se sozinha. Cada um é responsável por sim mesmo e sua relação com o todo. Esse método é aplicável em sala de aula e vale a pena tentar, pois os resultados podem ser fantásticos e surpreendentes.

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