Um aluno trouxe músicas do DJ Sabotage. Uma delas é Dorobo, que está no video a seguir:
Essa música, como outras desse mesmo DJ, refletem a realidade da favela. Suas letras contém muitas gírias, enfatizando bem a linguagem de origem desse Rap. A música desse vídeo, Dorobo, mostra as dificuldades da vida na favela, como a pessoa tem que ser cuidadosa, os atributos que as pessoas devem prezar para não serem vítimas da violência. Como se vê, o Rap não serve apenas para trabalhar música e sua relação com letra, mas abre espaço para a multidisciplinariedade e a transdisciplinariedade. Dependendo da forma como se trabalha, pode-se buscar criar no aluno uma capacidade de senso crítico mais aguçada, buscar uma reflexão sobre a realidade do país etc. São inúmeras as possibilidades do trabalho.
Eu trabalhei Rap em uma turma de 8ª série de um colégio central.
Trabalhamos um ostinato para montar a base, e após esse processo buscamos montar uma base melódico-harmônica para a música. Dividi a sala em grupos, com no máximo 6 alunos em cada, para realizar as criações. Após cada grupo ter sua base rítmica e sua base melódico-harmônica pronta, montamos a letra. O tema seria de livre escolha, buscando resgatar a realidade de cada um.
As letras que os alunos montaram tinham como temática desde temas genéricos, como a vida, até mais específicos, como a violência e a ganância dos políticos.
O resultado foi muito satisfatório. Comprovei na prática a eficácia do Rap na escola e que podemos realmente trabalhar na escola aquilo que vemos na disciplina, adaptando para a realidade escolar e fazendo um bom planejamento.
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