Houve um ‘bate papo’ com a profª Cleusa Cacione, da Universidade Estadual de Londrina.
A professora debateu conosco as possibilidades de atuação para o profissional licenciado já inserido no mercado musical. Para isso, buscou-se entender as competências que o professor de música deve ter para atuar da melhor maneira possível: é necessária a capacitação do profissional, visto que os alunos vêm de realidades muito diferentes e que não existe o hábito de ouvir música em casa, e quando há esse hábito, ele vem de maneira muitas vezes "fraca", e um profissional sem fundamentação e sem as ferramentas para lidar com essa realidade não terá sucesso. É necessário, logicamente, o conhecimento musical técnico e, mais do que isso, a vivência musical. É necessária a formação musical, o "Ser Músico", conhecer o contexto, as realidades, saber se adaptar as diferenças (quanto aos mais elementares significados e elementos que compõem música), e saber tocar. Deve ter sensibilidade nos mais literais e mais subjetivos significados da palavra. Deve se valorizar e valorizar a própria profissão. Deve ser criativo, para lidar com todos esses atributos e com os atributos que os próprios alunos trazem em sua bagagem.
A professora citou o resultado de uma pesquisa realizada com todos os graduandos de música da UEL (em todas as habilitações), e organizou os resultados em categorias que o professor deve se focar: o Saber, o Fazer, o Ser e o Intervir. Dentro de sala de aula, o professor deve entrar com um planejamento com o máximo de detalhes possíveis (saber); deve produzir música (fazer), para não descaracterizar o0 que é aula de música (é claro que a apreciação deve ser estimulada, mas não existe maneiras de ensinar música sem a prática); deve saber conduzir a produção musical (ser [músico]); deve corrigir falhas, melhorar o processo de criação, sugerir, opinar, mudar, "mexer" na música (intervir). É importante ressaltar que esses critérios que devem focar uma aula não são uma "receita de bolo". O professor deve ter condições de produzir com os alunos e deixar os alunos produzirem, sempre dando as ferramentas necessárias e ajudando-o nessa construção.
Entendeu-se que a Educação Musical no Brasil está problemática, e que os avanços para a consolidação desse ensino no Brail depende da classe musical. A Educação em geral se torna um problema quando em suas raízes não existe a ciência que possibilita o melhor desenvolvimento da cognição e da coordenação motora e mental. Será muito útil para o país a implantação de uma Educação Musical forte.
A professora também explicou como funciona o sistema de estágios da UEL, o denominado “Grupo Multiserial de Prática e Ensino”, em que os alunos de todos os anos da Licenciatura possam participar do Estágio.
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